segunda-feira, 31 de março de 2014

Bacia do Amazonas: o Pirarucu

Possivelmente, muitos já ouviram falar desse peixe amazônico que cria curiosidade no Brasil e no mundo, o pirarucu (Arapaima gigas).

Maior peixe de escama de água doce do mundo, o pirarucu é uma espécie nativa da bacia amazônica, que pode facilmente atingir dois metros de comprimento e passar dos 100 kg. Uma das suas características é a respiração aérea obrigatória, que o obriga a subir na superfície da água para respirar. É nesse momento que o peixe é fisgado, por arpão, não por rede ou anzol.
Pirarucus no Médio Solimões. Foto: Isaura Bredariol
Apesar de abril não ser o mês ideal para consumo do Pirarucu, já que a pesca é autorizada nos meses de outubro e novembro, ainda assim é possível contar com opções boas, justas e limpas para ter o peixe na semana santa.

Saiba mais sobre esse incrível peixe brasileiro, que também está na Arca do Gosto do Slow Food Brasil.


O Pirarucu manejado

No estado do Amazonas, a pesca do Pirarucu foi proibida em 1996, e foi autorizada apenas em áreas manejadas ou proveniente de criadouros. Em 1999, o  Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) conseguiu uma autorização do IBAMA para o estabelecimento da pesca manejada, em parceria com os pescadores locais. O cumprimento às regras (por exemplo, ter licença de pesca profissional), respeito ao estoque pesqueiro (retirando anualmente apenas a cota permitida), e a vigilância das áreas, fazem parte das ações estabelecidas no plano de manejo de pesca do pirarucu nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã.

Em 2011 foi lançado um livro contando essa experiência, onde estáo os detalhes para os mais curiosos.
Publicação do IDSM sobre a pesca do Pirarucu. (Clique aqui para consultar)
Em 2008, o IBAMA autorizou a captura de 24722 pirarucus em diversas reservas dos estado do Amazonas.

Respeitar o período reprodutivo desses animais selvagens é fundamental. O pirarucu costuma se reproduzir na época das cheias dos mananciais. Para isso, costumam formar casais mongâmicos, construir ninho nos fundos dos lagos, e cuidando dos alevinos, os filhotes, por alguns meses. Por isso, não basta apenas esperar a desova. É preciso esperar a desova e o crescimento dos alevinos, para garantir sua reprodução e continuidade nos estoques pesqueiros.

Em Maraã, onde está a colônia de pesca Z32, executora da pesca manejada nas Reservas Mamirauá e Amanã, recentemente foi instalada uma indústria de salga e processamento deste pescado, possibilitando sua conservação e comercialização ao longo de todo o ano. O produto, no entanto, só é comercializado no estado do Amazonas por questões de legislação sanitária.


O Pirarucu de cativeiro
Fora a pesca, uma outra alternativa para sua produção é o cativeiro.
A piscicultura do pirarucu tem se difundido em diversas partes do país há alguns anos.
Curiosamente, na década de 40, alevinos de Pirarucu foram levados para Icó, no Ceará, para estudos de piscicultura em açudes da região. Segundo um artigo publicado em 2001 por Emir Palmeira Imbiriba, seria possível criar pirarucus em regiões do Norte, Nordeste, e Centro-Oeste, e ainda algumas parte da região sudeste.

Mar & Terra, de Rondônia, é uma das empresas comercializando o animal criado em cativeiro.
Pela busca do site, pode-se encontrar pontos de venda em diversas cidades do estado de São Paulo, inclusive a capital.

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